sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Plantas bruxescas, Atropa belladonna.




Atropa Belladona

História



Origem do nome: [1]

Linnaeus, em 1700, denominou esta planta de Atropa Belladonna, proporcionando um nome deveras interessante a esta planta.

Sabendo que as mulheres utilizariam extractos de Atropa nos olhos para dilatar as pupilas de modo a ficarem mais belas, denominou-a de “belladonna” (mulher bela).

A esse nome, juntou o de Atropa, baseando-se em Atropos que era, segundo a mitologia grega, a divindade responsável pela morte das pessoas, sendo uma das três que controlavam o destino (uma seria responsável pelo nascimento, a outra pelo prolongamento da vida, e Atropos, seria o responsável pelo “corte” do fio da vida).

Assim, conseguiu fazer referência à toxicidade desta planta que era de conhecimento geral, reunindo as duas ideias que existiam na altura.



Antiguidade:

O nome Beladona surgiu, então, do uso histórico pelas mulheres ("Bella Donna" em Italiano – Mulher Bela), devido à característica de dilatar as suas pupilas. Um extracto de Beladona era usado como gotas oculares, fazendo parte das suas preparações de maquilhagem. A atropina tem o efeito de dilatar as pupilas, fazendo com que elas parecessem, supostamente, mais atraentes. É, atualmente, sabido que a atropina tem atividade anticolinérgica, bloqueando a capacidade de contração da íris, provocando um efeito midriático. As pupilas dilatadas eram consideradas mais atraentes porque estas dilatam quando as pessoas estão excitadas, tornando o contacto visual muito mais intenso do que já era. Este uso tinha o efeito adverso de tornar a visão turva e aumentar o batimento cardíaco. O uso prolongado poderia causar cegueira. [2 ]

A Atropa belladonna é uma planta cercada por mito, temor e admiração. Na antiguidade, os gregos e os romanos já sabiam que continha um veneno mortal. Nos tempos medievais foi largamente foi usada por feiticeiros e bruxas. [1]

A Atropa belladonna era considerada a planta favorita do diabo, tendo este a exclusividade do seu uso e cultivo. Segundo os mitos, ele próprio espalhava todas as noites o seu sangue nessa planta. [1]

As bruxas, sabendo disto, usariam esta planta como constituinte dos seus unguentos voadores, a par de mandrágora e outras plantas místicas. Seriam posteriormente esfregados na pele e genitais causando alucinações e às vezes sensações de levitação ou voo. A excitação sexual também era frequente podendo mesmo ocorrer o orgasmo. Algumas feiticeiras, para adivinhar o futuro (aproveitando as ilusões e alucinações provocadas), tomavam, regularmente, pequenas quantidades de beladona via oral, sendo esta prática reconhecida como perigosa. [1]

Contrariamente às bruxas, os camponeses temiam esta planta. Se alguma porção de beladona fosse mantida em casa, isto iria chamar os espíritos do mal, permitindo aos demônios atacar as suas famílias, lares ou gado. Quem se atrevesse a contrariar esta “lei” seria visitado pelo próprio diabo que trataria de punir devidamente os “ousados”. Em último caso, o diabo determinava a morte como pena suprema. [1]

Segundo as mesmas crenças, as bagas atrativas desta planta serviriam para atestar da “gulodice” das crianças, que caso não conseguissem resistir seriam punidas com sintomas dolorosos ou mesmo a morte. [1]

O vinho dos bacanais, ou festas dionísicas, estava frequentemente adulterado com beladona, produzindo reações de histeria e alucinações nos participantes, tornando as mulheres mais propícias a estes atos. [3 ]

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