sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Conversando sob o pé de romã....



Seria só escrevinhados meus?
Nem tanto...nem tanto...
um escrevinhado de Carlos Solano
sobre nossas amorosas tocas é tudo de bom,
que maravilha seria ter uma dona Francisquinha por perto
acho que só o sorriso,
a voz serena...o movimento de ir e vir dessa anja
já faria uma bela faxina em qualquer choupana
pesada de carregamentos nefastos.....

Porque escolhi a romã?
e lá vou saber...
só sei que sempre adorei romã
e ela me transporta a dias da infância
os pés de romã na casa da vó....
nas duas aliás...aqui no chalé também tinha
e eu comia...comia....e sorria...
e as romãs foram embora.....
mas como a Deusa é mãe amorosa
meu compadre conseguiu um belo pé de romã em seu quintal
e agora posso pensar em romãs colhidas do pé
e consumidas em êxtase de nostálgica
saudades, de dias que eu pensava
paraíso na terra existir....
epa! será que eu pensava isso
enquanto comia romãs?
não, claro que não
as coisas a serem faxinadas
começaram muito cedo na minha vida.....

Por hoje fico por aqui
espero que aproveitem as receitas abaixo
água, planta, movimento e uma canção
trazem para o lar a proteção
alegria ao coração
e porque não?
a presença de uma sagrada benção...

fuiiiiiiiiiiiiiiiiii

Limpeza da casa com plantas e ervas

CASA NATURAL - RECEITAS DE UM BRASIL BRASILEIRO
 Arquiteto Carlos Solano

Tem coisas que não existem mais nesse mundo…“Mas em Minas tem!” me garantiu dona Francisca, minha faxineira sabe-tudo. Não só em Minas, mas em Goiás, na Bahia, no Amazonas, no Rio Grande do Sul... Enfim, depois de me aventurar por terras estrangeiras em busca das artes de cuidar da casa, eu comecei a desconfiar que no nosso Brasil, bem debaixo das nossas asas, deveria existir alguma coisa nesse sentido. Dito e feito! Na pureza do interior desse país, os cuidados com a casa ganham muitos sentidos, pois existe a fartura ou a beleza da natureza para inspirar.
Em Goiás, aprendi com dona Flor, benzedeira e parteira de mais de 5000 partos, que cuidar da pessoa e da casa é tudo uma coisa só. Por isso, lá no Vale do Moinho onde ela mora, faz parte do tratamento um sabonete de ervas para descarregar o corpo, uma garrafada (ou vinho de ervas) para animar a alma e três mudinhas de planta para re-ambientar a casa. Tudo preparado pelas mãos milagrosas dessa mulher guerreira que desvelou sozinha alguns bons segredos da natureza. Ela sabe que as plantas têm poder, e quando colocadas dentro de casa, no jardim ou no quintal, podem modificar todo um ambiente, repelindo o indesejável e atraindo forças benfazejas...
E esta é apenas uma das ideias que regem o cuidado com a casa da roça: primeiro é preciso limpar, ou desintoxicar a morada, e, depois abençoar, ou preencher o ambiente com o bem e o positivo.
“Limpar é deixar ser...” E, para isso, existem mil faxinas purificantes, os filtros feitos de ramalhetes dependurados de cabeça para baixo, os penduricalhos (móbiles feitos de ervas aromáticas), as chuvas de rosas... Mas, antes temos de saber quais os raminhos verdes mais indicados. Como escolher?
É fácil. Quem diria que o poder da planta está na assinatura da cor, do feitio, do aroma e do sentido? Quem diria que as formas das plantas têm a ver com os sete arcanjos? Que uma planta é de São Miguel e outra é de São Rafael?  Que as flores azuis irradiam a graça divina porque são pedaços do céu, a morada dos deuses? Que a flor de buganvília, por parecer um casulo, faz a proteção física e espiritual?
É por causa dessas e outras analogias que faxinar a casa com o chá de pata de vaca (cuja folha lembra um coração) resgata o doce da vida, que banhar a morada com o pano de chão embebido em um chá de calêndula (conhecido cicatrizante) melhora as feridas da alma, que o banho de rosas brancas pacifica a casa e traz entendimento. E que a faxina com o chá de eucalipto, um bom desinfetante, abre os caminhos e ajuda a clarear as metas de vida (1 copo de álcool + o chá ou 7 gotas de essência de eucalipto. Passar o rodo com o pano de chão em forma de cruz em cada cômodo). E por aí vai...O manancial de receitas é infinito.
Após a purificação, a casa fica como uma tela em branco e é preciso preencher com coisas boas.  Para isso é que servem os famosos “talismãos” (objetos que guardam as bênçãos das mãos que os prepararam), as rodas indígenas de ervas e flores, ou as águas de cheiro, que são borrifadas, desde a entrada até os fundos do lugar. Você pode escolher. Infusão de Águas Calmas (ervas e flores em infusão na água de fonte com álcool de cereais), deixada por três horas no sol e 28 dias na sombra. Ou, para os casos de maior aperto, uma Infusão de Águas Rápidas: ervas e flores em infusão por duas horas em álcool de cereais puro. Depois, deve-se diluir o elixir em água mineral para borrifar a casa limpa.
A água feita da casca de laranja ou da mexerica (frutas que se parecem com um pequeno sol) ilumina os caminhos. Água de Rosas com Alecrim alegra o coração, a Água de Jasmim trabalha o esquecimento de si (“jaz-mim”) e abre espaço para a inspiração espiritual, a Água de Espada de São Jorge com Canela protege estimulando, a Água Revitalizante de Manjericão Roxo atua contra depressão, a Água Refrescante de Hortelã serve para ambientes pesados, pois se a hortelã é vermífugo, atua também contra os “vermes da alma ou astrais”. E assim vamos tecendo benefícios para a casa e para a vida...
Só aqui no Brasil mesmo. Ô terra boa.

Beltane


Para viver a vida em plenitude
se faz necessário
ter a vida  pulsante do universo
dentro de si.....
é  preciso que se descubra
que dentro do ser
habita o todo
e que ser ilha é tão somente uma ilusão...

a vida respira em união
se alimenta de amor
se veste de afeto
se multiplica pelo respeito
e corre...pelo simples prazer do viver....

Eu sou o que sou
sei que nada sou
e sei que sou o tudo
pois faço humilde
e abençoadamente
parte da teia

a grandiosa e nem por isso singela
teia da vida....
Awem!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Poetando.....(registrando a dor)



Amargas Horas


Pelas horas amargas da vida
que vivo assim a rodar
quero ter assim alma colorida
e deixar o coração cantar

carrego a marca da ferida
aberta a pleno no coração
vagueio na dor atrevida
esperando ouvir a canção

vou pulando pelas horas
deixando o olhar perdido
a buscar tênues auroras
pleiteando o consolo querido

deixo que lágrimas corram
por faces frias descoloridas
digo aos sonhos: não morram
que brotem qual margaridas

mas a alma geme perdida
procurando no chão os pedaços
é uma esperança tão sofrida
de atar de novo os laços

vou nas horas de agora
buscar o conforto do abraço
vendo a alegria ir-se embora
me aconchego em teu regaço


Luma Elora Aislin


escrito em 26/01/2012